Na maioria das vezes, surge de maneira espontânea, sem um plano previamente elaborado, ou intenção que o valha. E eis que, de uma simples brincadeira ou por desprendida intenção, ocorre a magia, de sem querer, ditar os passos do destino de uma pessoa.

Alheio à cerimônias, sacras ou de ofício, ganhamos um novo nome numa bela tarde de domingo, ou segunda-feira, quem sabe... E assim, por mero acaso, rebatizados para vida toda. Não é pouco coisa.

No caso de hoje, revisitamos mais uma vez aquele momento de especial grandeza, quando o menino com seus seis anos de idade, até então conhecido por Adelson, ganha um novo e definitivo nome.

Curiosamente foi o próprio pai, que sem saber, rebatizava o filho com o apelido de Kisuco. O destino tem destas coisas: ninguém sabe onde tudo vai dar. Hoje, o nosso amigo Kisuco é um senhor de 53 anos de idade, e em momento algum reclama daquela inocente brincadeira na casa dos pais: “Eu fico satisfeito de ser reconhecido por esse apelido, então eu estou muito feliz, muito satisfeito mesmo.”

Quem é o Kisuco? Meu nome é Adelson Alves da Silva, sou nascido e criado em São Gotardo. Hoje eu sou empresário, trabalho há dez anos no ramo de colchões.

Mas na verdade, ninguém te conhece pelo seu nome. Você fala Adelson aqui, poucas pessoas que vão saber quem é.

E como surgiu o apelido de Kisuco? Então, esse apelido surgiu na época de criança, quando eu tinha 6, 7 anos de idade, e de lá pra cá, pegou esse apelido e até hoje é Kisuco.

Só quem passou dos 50, se lembra do Kisuco, não é mesmo? Eu estudava no colégio lá no Balena, e na época tinha umas merendeiras que a gente carregava umas garrafinhas de suco. Todo aluno levava, e um dia faltou, sô, e eu gostava de mais desse 'kisukim'. E eu falei com a minha mãe, hoje eu não vou para a escola. Aí meu pai falou, você vai ter que ir kisuco, senão você vai apanhar. Então, aí surgiu esse apelido de Kisuco. Meus irmãos estavam perto e pelo jeito gostaram da ideia.

Então, é coisa de família... Na casa dos meus pais é que surgiu esse apelido. Eu gostava muito do Kisuco, entendeu? Hoje não tem mais esse suco, é muito difícil você encontrar. Depois, veio o Tang, e hoje nem sei mais qual está na moda; mas na minha época o Ki-suco dominava.

Nessa série de reportagens, a gente observou que boa parte das pessoas que são mais identificadas pelo apelido, acabam tendo uma relação de intimidade, quase um primeiro nome... Justamente, né? Ainda mais eu que mexo nessa área aí do esporte, de futebol, e foi pegando. Todo mundo me conhece como Kisuco. Hoje ninguém me conhece como Adelson.

E feliz da vida. Eu fico satisfeito de ser reconhecido por esse apelido. Hoje eu tenho 53 anos,e a gente é reconhecido aí na área do esporte, é convidado sempre para essas reuniões, então eu estou muito feliz, muito satisfeito mesmo.