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    Leonardo Camisassa

    Leonardo Camisassa

    Segunda, 15 Abril 2019 17:30

    E ainda estamos no início do ano!!

    As notícias não estão sendo boas nesse ano de 2019.

    A cada dia que abrimos um jornal ou ligamos uma televisão, ou um site de notícias, levamos um susto.

    Em janeiro assistimos, chocados, ao resultado de mais uma negligência em busca de um lucro fácil e volumoso. Mais uma barragem estourou em Minas Gerais e, não se pode afirmar ser coincidência, mais uma barragem da Vale. É público e notório que a sede por um lucro alto e fácil custou a vida de quase duas centenas de pessoas além das pessoas que ainda estão desaparecidas e é ainda mais público e notório que essa empresa ficara impune, como no caso da barragem em Mariana, por total incapacidade da justiça em se fazer valer. A impunidade será a tônica dessa tragédia. Como em Mariana...

    Perdão, não quero ser injusto. A Justiça será rígida se alguém roubar uma galinha...

    Em fevereiro ficamos novamente chocados com a morte de 10 pessoas na concentração de um clube de futebol no Rio de Janeiro por absoluta falta de responsabilidade dos dirigentes desse clube. Mais uma vez a impunidade irá prevalecer e novamente não haverá punição para os responsáveis por essa gambiarra assassina.

    Perdão novamente. O nosso ladrão de galinha ai de cima será preso e julgado severamente...

    Em março, mais uma tragédia. Dois rapazes entram em uma escola no interior de São Paulo e fuzilam várias pessoas. Resultado: 10 mortos e vários feridos. O que se vê nos noticiários? Especulações de toda ordem e nenhuma proposta ou medida que seria eficaz para evitarmos mais tragédias como essa. Na verdade, quando olhamos para a frente o horizonte é sombrio diante da flexibilização da compra e do porte de armas no Brasil.

    E o governo mineiro, para reduzir despesas, fala em dispensar a segurança nas escolas estaduais.

    O que está acontecendo com o nosso país afinal?

    O tão propalado combate à corrupção parece que virou lenda. A mudança recente de governo está indicando que mudou somente o endereço para onde a propina será enviada. Várias denúncias de corrupção arranham a já tão frágil imagem do governo sem que medidas efetivas para combater a corrupção sejam implantadas. Na verdade, vem acontecendo o contrário já que o que antes era corrupção, como o caixa-dois, já não é mais.

    A economia brasileira continua a piorar. As projeções de crescimento do PIB estão sendo constantemente revisadas só que para baixo. A projeção de cerca de 3% para 2019 hoje está na faixa dos 2%.

    O mercado de trabalho está em franca decadência com uma taxa de desemprego que aumente persistentemente. O nível de renda do trabalhador está estabilizado em torno de R$2.000,00 na média. A reforma trabalhista já se mostrou incapaz, como já dissemos anteriormente, de gerar novos empregos.

    A reforma da previdência, por sua vez, também não irá gerar empregos pela maior capacidade de investimento do Estado. Na verdade, a reforma da previdência não irá dar condições de investimento ao Estado.

    Em 2018 o crescimento do PIB se mostrou igual ao crescimento do PIB em 2017. Ou seja, andamos, andamos e não saímos do lugar.

    A indústria de construção civil e a indústria de transformação não irão crescer o esperado para 2019.

    Todas essas informações acima mostram que a forte retração da economia continuará e nada, nenhuma medida para reverter esse quadro foi sequer anunciada pelo governo atual. Não foi apresentada nenhuma proposta concreta, eficaz, para reduzir o desemprego, para estimular o maior investimento das empresas ou mesmo do governo.

    Não se pode, de forma irresponsável, achar que a reforma da previdência irá gerar esse ambiente favorável aos negócios. Esse é verdadeiramente um conto-da-carochinha como diziam nossos avós.

    Esse ambiente favorável virá quando houver consumo, demanda. Onde as empresas se sintam dispostas a investirem e as pessoas confiantes para consumir. Onde o Estado fará o que deve ser feito, estimulando o consumo privado, combatendo de forma eficaz o desperdício e a corrupção.

    Não podemos mais viver com a ideia de que a crise da previdência ocorre por causa da aposentadoria da Dona Marocas e que somente o ladrão de galinhas será preso e julgado exemplarmente.


    Ó tempora, ó mores...

    Recentemente vi em algum lugar uma pequena charge que mostrava uma conversa entre dois homens. Eles se encontram e um deles pergunta ao outro se está tudo bem, como dois amigos que conversam de forma corriqueira. O outro responde que sim, que está tudo bem. Após um quadrinho onde os dois personagens se olham em silêncio, o que tinha feito a pergunta inicial afirma: "acho bom você se informar melhor".

    É uma charge que mostra uma realidade cruel que estamos vivendo. O fato é que não está tudo bem. O Brasil vive um momento de extrema angústia onde problemas que já eram graves se agravaram ainda mais.

    A economia brasileira, para usar um termo corriqueiro, continua derrapando. Estamos diante de uma grave situação na qual o sistema financeiro drena uma boa parte dos recursos que poderiam ser utilizados como investimento e consumo.

    No Brasil de hoje, 64 milhões de pessoas estão endividadas e sem condições de obter crédito. Inúmeras pequenas empresas estão também endividadas e, portanto, sem condições de investir, de crescer e de gerar empregos. 16% do PIB brasileiro é transferido anualmente das famílias e das empresas para os bancos. O governo federal gasta, por ano, cerca de R$400 bilhões como pagamento dos juros da dívida mobiliária interna.

    A capacidade de arrecadação da União, dos Estados e dos municípios vem caindo em função da retração econômica. O desemprego continua elevado e não dá sinais de queda no médio e longo prazo, apresentando no máximo algumas variações conjunturais de curto prazo. Afinal, é normal que na época do natal o volume das vendas e o nível de emprego cresça pontualmente. Mas se retrai novamente.

    Temos um sistema tributário bastante regressivo, o que significa dizer que aquelas pessoas que ganham menos pagam mais impostos em relação àquelas pessoas que ganham mais. Os bancos, por sua vez, nem se preocupam com isso.

    A crise social e moral é assustadora. Ódio, rancor, preconceitos, são manifestados abertamente e sem nenhum pudor. As redes sociais se tornaram terra de ninguém onde todos falam as maiores atrocidades. Pessoas se divertem vendo as tragédias que marcaram o ínicio desse ano. Mais uma barragem estourou por pura negligência de uma empresa mineradora matando mais de uma centena de pessoas sem contar aquelas que ainda estão desaparecidas e garotos foram queimados vivos em função de mais uma gambiarra feita por alguns dirigentes de um clube de futebol e torcedores faltaram dizer "bem feito"...

    O brasileiro parece que anda anestesiado, vivendo como se conduzidos pelo piloto automático. Estamos andando, não se sabe se para a frente, sem pensar no caminho que estamos seguindo.

    O novo governo que tomou posse no início do ano ainda não mostrou a que veio. Não se sabe o que será feito para que a economia saia dessa crise, uma das mais fortes do nosso período republicano. Fala-se muito de reformas que são necessárias para a retomada do crescimento, mas de fato não existem propostas concretas de políticas fiscais e monetárias voltadas para estimular o crescimento da renda e do emprego.

    O fato é que a tão propalada reforma da previdência não irá estimular o investimento privado.

    O que afeta a decisão de investimento do empresário é venda, é consumo. Se não houver uma expectativa de crescimento de vendas não haverá investimento e isso é sabido por todos e até mesmo, como dizem, pelo mundo mineral.

    Mas como haverá consumo diante de um desemprego absurdo? Como haverá consumo diante de um alto endividamento dos indivíduos? Como haverá consumo diante de um sistema tributário regressivo e uma tabela de imposto de renda há anos sem ser corrigida?

    Como haverá investimento se, sem dinheiro, as pessoas não consomem? O que acontece quando o empresário olha para a frente e não vê um cenário favorável? Como haverá investimento com taxas de juros elevadas?

    E a corrupção? Bem, é melhor mudar de assunto para não passarmos vergonha. Haja laranja...

    O fato é que não está tudo bem.

     

    Terça, 15 Janeiro 2019 11:39

    Estamos cada vez mais crédulos

    Estamos em um momento em que muita coisa é dita e, no entanto, nada é dito de fato. O que isso significa? Que, apesar da facilidade de acesso a tecnologias de transmissão de informação principalmente através do celular e do volume de informações que recebemos diariamente, se formos colocar em uma balança aquilo que realmente é verdade e que merece crédito, ficaríamos chocados. Ou já estamos chocados?

    As notícias fluem com uma velocidade espantosa e são negadas também com uma velocidade espantosa. Somos metralhados diuturnamente com uma incrível quantidade de notícias, fatos, casos, mensagens, fotos, vídeos e por causa disso percebemos que atualmente todo mundo fala sobre tudo, opina sobre tudo, compartilhando todas as mensagens de tal maneira que chegamos a receber uma mesma mensagem de várias pessoas diferentes e isso em pouquíssimo período de tempo.

    Até aí não se pode afirmar que isso é um problema e mesmo poderia ser dito que é até bom já que o conhecimento, hoje, se tornou uma mercadoria bastante valiosa.

    Na verdade, a questão não é o volume de informação e sim a veracidade delas.

    Coisas absurdas são enviadas diariamente. Ovos de plástico, cavalo com asas, kit-gay, pé de goiaba, terra plana, homem na lua, naftalina no tanque de gasolina e por aí vai. Se formos listar todos esses absurdos teríamos um problema de falta de espaço.

    Alguém poderia dizer: mas se tem muita notícia falsa, ninguém precisa acreditar nelas. Mas aí que está o grande problema. Estamos vivendo um momento em que tudo o que se diz se torna uma verdade absoluta e isso em questão de minutos. As pessoas gastam tempo compartilhando as mentiras, mas não tem tempo para verificar se é verdade ou não. Acreditam piamente naquilo que recebem e compartilham, indignadas, revoltadas com o que leem. E o pior é que constroem julgamentos baseados nas mentiras que estão lendo. Julgam, condenam, opinam, esbravejam e mesmo chegam a ofender.

    Esse momento absurdo que vivemos me fez lembrar de um personagem criado pelo escritor e cronista Luis Fernando Veríssimo no final dos anos 70 ainda durante o regime militar. A personagem, a velhinha de Taubaté era conhecida como a última pessoa no país que ainda acredita no governo, nos anúncios do governo, nas notas de esclarecimento emitidas pelo governo, e, como nos diz Veríssimo, acredita até nos ministros...

    A importância da velhinha de Taubaté era enorme de tal maneira que a opinião dela se tornou mais importante que a opinião pública de tal forma que a saúde dela se tornou uma questão de segurança nacional já que, se ela morresse ou mesmo deixasse de acreditar no que era dito pelo governo, teríamos o caos instalado no Brasil.

    Se ela não acreditasse mais, o que restaria?

    Em 2005, a velhinha de Taubaté morreu, sentada diante da televisão, talvez chocada com alguma notícia, em pleno escândalo do mensalão, de triste memória.

    Mas, o que tem essa boa velhinha com os tempos atuais?

    2018 foi um ano no qual dois fatos importantes mostram o quanto somos, ou estamos, crédulos. No início do ano, a famigerada greve dos caminhoneiros e no segundo semestre a campanha eleitoral. Durante a greve, absurdos foram ditos, foram divulgados. Foi criado um estado de pânico no país como um todo e dois fatos ficaram explícitos. Primeiro, o desinteresse ou a incapacidade das autoridades policiais para combater essa difusão criminosa de informações falsas e segundo, a grande maioria das pessoas acreditava piamente no que liam. E ainda juravam de pés juntos que era verdade.

    Ao longo do processo eleitoral o mesmo fato se deu. Notícias falsas forma espalhadas de forma irresponsável com o claro objetivo de manipular a opinião pública em sua decisão na hora do voto que, infelizmente, deixou de ser soberana. As pessoas escolheram candidatos e rejeitaram outros baseadas em notícias que recebiam através das redes sociais, sem se preocuparem em verificar a verdade do que liam.

    O que as pessoas estão lendo se torna verdade acriticamente. Acreditamos em tudo que lemos e assistimos, sem nos preocuparmos em pensar criticamente. Julgamos e condenamos com uma certeza assustadora.

    A velhinha de Taubaté está mais viva do que nunca.

     

    O ano de 2018 terminou e até esse momento não sei se é uma notícia boa ou ruim. Uma coisa é certa. 2018 foi um ano difícil sob vários aspectos.

    Foi um ano conturbado tanto em termos econômicos, políticos, cultural e também, por que não, esportivo, afinal, a seleção brasileira foi um fiasco e o meu Galo não fez um ano muito bom.

    A economia brasileira vem patinando desde 2016. Os indicadores macroeconômicos são desanimadores. A taxa de desemprego, apesar de pequenas variações tanto para cima quanto para baixo, não dá mostra de ser reduzida de forma significativa. No Brasil, nesse momento, temos algo em torno de 13 milhões de pessoas desempregadas. Essas são as que estão procurando emprego e se considerarmos aquelas pessoas que não tem emprego e que pararam de procurar por um, atingimos a cifra de absurdos 65 milhões de pessoas. É um número assustador.

    A taxa de crescimento do PIB nesse ano de 2018 deve girar em torno de 1% e se considerarmos a evolução dos níveis de preços é possível que tenhamos crescimento negativo. As projeções para 2019 também não são muito animadoras.

    Em 2019 a famigerada PEC dos gastos continuará a fazer seus efeitos perversos. Para quem não se lembra, essa emenda constitucional congelou os gastos públicos com saúde, educação, saneamento básico, segurança além de outras áreas, por 20 anos. Isso significa dizer que voltaremos a ver filas nas portas das escolas públicas em busca de uma vaga, nos postos de saúde em busca de um atendimento cada vez mais precário, agravado agora pela saída dos médicos cubanos e pelo fato de que os médicos brasileiros, ao que tudo indica, não irão suprir essa carência, a segurança pública sofrerá com o desmantelamento do pouco que já existe, o saneamento básico será atingido.

    Ou seja, grande parte da população brasileira será brutalmente atingida por esse corte dos gastos e, o que é mais desanimador, é saber que serão medidas inócuas para equacionar o déficit público.

    Em termos políticos estamos diante de um impasse. Não se sabe o que será feito pelo próximo governo para reduzir esse enorme desemprego e o visível empobrecimento da população. Nada foi dito na campanha eleitoral e nada está sendo dito após a campanha. Nenhuma medida, das poucas anunciadas, trará qualquer melhora na taxa de crescimento já que é sabido que políticas de austeridade são ineficazes para estimular o crescimento econômico.

    O combate à corrupção parece que virou lenda diante dos inúmeros casos que continuam aparecendo e diante da total inoperância das ações do ministério público e das polícias e do fato de que vários ministros indicados pelo presidente eleito estão seriamente envolvidos em negociatas.

    A classe política, após o encerramento das eleições, se viu ainda mais desvalorizada. A taxa de renovação tanto no nível federal quanto nos estados foi muito pequena. Políticos envolvidos em escândalos de corrupção, salvo algumas exceções, foram reeleitos o que nos leva a questionar a qualidade do voto dado pelos eleitores.

    Seria a lógica do vamos deixar do jeito que está para ver como que fica funcionando?

    Ou seria a lógica do que nada está tão ruim que não possa piorar mostrando sua cara?

    O fato é que 2019 começa com um leque enorme de incerteza e expectativas negativas. O Brasil vem perdendo espaço em termos de política internacional e algumas medidas anunciadas pela próxima equipe de governo se tornam preocupantes.

    Um exemplo é o anúncio da mudança da embaixada brasileira para Jerusalém. Algo que é, a princípio, um fato político pode gerar constrangimentos econômicos considerando que um grande consumidor de carne de frango brasileira são os povos do mundo árabe que não se mostraram nada satisfeitos com essa mudança da embaixada. O que aconteceria se os países árabes deixassem de comprar ave brasileira e passassem a comprar ave, por exemplo, da Rússia? Esse é só um exemplo de como todos os fatos são interligados e nada pode ser analisado isoladamente.

    Muitas são as perguntas soltas no ar e assustadora é a falta de respostas.

     

    Quinta, 15 Novembro 2018 11:24

    Uma fábula chamada Brasil.

    Encerradas as eleições e escolhido um presidente e depois de um processo eleitoral desgastante diante de todos os percalços encontrados como as notícias falsas, ou, para ficarmos antenados aos nossos tempos, as fake news, diante de todas as desavenças, todas as brigas e dissabores que marcaram as eleições brasileiras, vamos relaxar um pouco e falaremos de um grande contador de histórias que a humanidade produziu.

    Estamos falando de Esopo, grego, nascido no século VI a.C., figura quase lendária que nos deixou várias fábulas, algumas muito conhecidas como a da cigarra e a formiga, a lebre e a tartaruga, o leão e o rato e várias outras, algumas não muito conhecidas, mas bem interessantes que hoje, pleno século XXI, diante de tanta tecnologia, ainda assustam por sua capacidade de ser adaptada a nosso tempo.

    Uma delas trata das rãs que queriam um rei.

    Uma fábula curta, mas, se lida com atenção, pode nos dizer muita coisa. Ele nos conta a história de um grupo de rãs que viviam em um lago onde imperava uma grande anarquia. Cansadas e irritadas do caos, desejando mudanças, enviaram uma delegação a Zeus e dele exigiram um rei que pudesse organizar a vida no lago acabando com a bagunça e todo desgoverno da lagoa.

    Zeus, como nos diz Esopo, achando as rãs ingênuas, jogou um pedaço de madeira na água e disse a elas que esse pedaço de madeira era o novo rei. As rãs, de início assustadas, nadaram para o fundo da lagoa e, percebendo que a madeira permanecia imóvel, flutuando na água, perderam o medo e começaram a zombar do novo soberano ao ponto de montarem em suas costas e por lá ficarem.

    Ainda mais irritadas e se sentindo enganadas por Zeus a ele voltaram e pediram outro rei só que, diferente do atual, mais enérgico e o deus, atendendo ao novo pedido, envia não outro pedaço de madeira, mas uma hidra para ser o novo rei das insatisfeitas rãs.

    Um pequeno parêntese aqui. Hidra é uma figura da mitologia grega, um monstro que possui corpo de dragão e várias cabeças de serpente. A mais famosa delas é a hidra que habitava o lago de Lerna, na Grécia.

    Fechado o parêntese e voltando à nossa história, a hidra, ao assumir o posto de novo rei da lagoa, como era de sua natureza, avançou sobre as rãs e as devorou.

    Qual o sentido, ou, qual a moral que está por trás dessa fábula? O que é melhor para uma sociedade, um governante que traga sustentação para essa sociedade, mesmo que lento como um pedaço de madeira flutuando placidamente na água ou um governante enérgico, mas que dissemina o terror na sociedade?

    Essa foi a questão que envolveu e ainda envolve todo o processo eleitoral e mostra o rosto atual da sociedade brasileira. Qual o tipo de sociedade que precisamos? Qual o tipo de governante que precisamos? Alguém que transmita à sociedade tranquilidade para encararmos nossos gravíssimos problemas ou alguém que nos traga medo e incertezas?

    Foi feita uma escolha pela sociedade e como essa escolha foi feita através de um processo legítimo e democrático, a decisão deve ser respeitada. No entanto, o que nos espera? Teremos um pedaço de madeira ou uma hidra que irá sentar na cadeira presidencial? É através do terror, do medo, que resolveremos nossos problemas?

    Não creio.

    Devemos, isso sim, debater, colocar para a sociedade todos os nossos problemas, buscar soluções através do envolvimento de todos os setores da sociedade e para isso todas as propostas deveriam ter sido colocadas na mesa. Porém, infelizmente, como o processo eleitoral transcorreu sem debate de ideias, sem sabermos o que foi proposto a nós pelos próximos quatro anos, como decidir?

    Após as eleições, algumas medidas estão sendo anunciadas, todas a conta-gotas. Redução das alíquotas de importações, utilização das reservas cambiais para pagamento de dívida, críticas à prova do Enem, dentre outras. São medidas benéficas ou não? O que está sendo debatido? Esse é um ponto importante. Todas elas anunciadas após o encerramento das eleições. Por que não antes? Por que essas medidas não foram apresentadas durante as eleições para que a sociedade se envolvesse nessa decisão? Afinal, se trata do nosso futuro e isso é muito importante.

    Do que precisamos? Um pedaço de madeira ou uma hidra?

     

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