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    Sábado, 24 Maio 2025 12:31

    Zé Teco - Que apelido é esse?

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    Zé Teco - Que apelido é esse? Foto: Reprodução.

    Como anunciado na edição anterior, este Jornal abre suas páginas para contar histórias envoltas em mistérios e curiosidades. Nesta nova série, vamos conhecer as origens daquele que seria um segundo nome, o apelido - mas que por força do hábito vai assumindo personalidade própria, a ponto de virar marca registrada.

    E um bom exemplo deste poder que o apelido pode significar para o seu dono vem embalado no curso da vida de um homem de respeito. Estamos falando de um dos mais tradicionais e conhecidos comerciantes da cidade, o senhor Nilson João Bernardes. Nunca ouviu falar? Claro que não, pelo menos até te contar que o nome que adotou desde criança é Zé Teco, e assim é reconhecido desde então.

    Apelido é coisa séria: “Teve uma época até comentei com o Isaac( dono de Cartório há algumas décadas atrás), para registrar meu apelido como nome verdadeiro, e ele me disse que não tinha jeito: “Nilson Bernardes já está passado em cartório, então fica muito difícil mudar.” Relembra o nosso entrevistado nesta Edição.

    Talvez não haja ninguém nesta cidade que não conheça o senhor. Fale um pouco de suas origens. Eu comecei a trabalhar tem muitos anos, em 1965. Eu nasci no município, na Fazenda Paredão, do João Ferreira Franco, Zico Flávio..., ali perto de Vila Funchal. Amo a minha terra, que é São Gotardo.

    Tempos difíceis aqueles. Meus pais tiveram 11 filhos. Trabalhava tirando leite, ganhando um salário. Então era muita dificuldade naquela época. Pensando em dar um futuro melhor para os filhos era comum contar com o apoio de outras famílias para ajudar na criação. Eu e mais 4 de minhas irmãs fomos morar em outras casas de pessoas de confiança de meus pais. Meu pai me deu pra madrinha Gasparina e o Magela, seu marido, que moravam aqui na cidade de São Gotardo. Então, é neste novo lar que fui criado, e cuidaram de mim como de um filho, da melhor maneira, me dando educação e um novo lar.

    Como surgiu o apelido? Eu era muito espertinho, era bem esperto mesmo, então começaram a me chamar de Teco. O Zé veio de encomenda, e aí, pronto. Ainda criança começaram a me chamar de Zé Teco e nunca mais me conheceram pelo nome de batismo. É desde menininho mesmo, desde que comecei a andar. Então me colocaram o apelido e permaneceu até hoje. Eu não sou conhecido pelo nome de Nilson João Bernardes. Ninguém me conhece assim. Me puseram esse apelido como se tivesse registrado.

    O senhor, inclusive, já adulto, manifestou o desejo de alterar em Cartório o seu nome, não é isso? Teve uma época até comentei com o Isaac( dono de Cartório há algumas décadas atrás), Para registrar meu apelido como nome verdadeiro, e ele me disse que não tinha jeito: “Nilson Bernardes já está passado em cartório, então fica muito difícil mudar, e ficava muito caro” Então pensei: Pode deixar assim como está, mas que meu nome de verdade é Zé teco, disso não tenho dúvida mesmo.

    Virou marca registrada... Inclusive, até pra falar a verdade, tenho um amor pelo meu apelido. Porque parece que é a minha pessoa mesmo. Me sinto uma pessoa do bem, do direito, mas bem sistemático. Eu acho que o apelido me ajudou, até tenho uma honra de ser chamado por Zé Teco. Tem meus amigos antigos, que inclusive seu pai, o Vicente Moreira foi muito meu amigo. Ninguém me conhece por Nilson Bernardes. A única pessoa que me chamava por Nilson, era só a madrinha Gasparina e o padrinho Magela( que já faleceram), e depois, que me chama de Nilson, só minha mulher Adélia.

    Virou até marca de profissão, de comércio... É verdade, acho que o apelido me ajudou muito na minha profissão. Fui um dos primeiros técnicos em parte elétrica de veículos aqui de São Gotardo. Era eu que cuidava das máquinas na época do início do Padap, da Ruralminas. Só tinha eu na cidade. Todos os japoneses foram meus fregueses. Então, todos eles me conhecem como Zé teco também. Isso já vai para mais de 50 anos.

    A oficina do senhor leva a marca Zé Teco... Sim. Virou uma marca, é tradição mesmo. Era só falar Auto elétrica do Zé Teco e todo mundo conhecia, não só em São Gotardo mas em toda a região.

    O senhor tem um apreço muito grande pelo apelido então. É verdade. Capaz que ninguém tem um igual. Eu pelo menos, não conheço. Eu me sinto bem, porque parece que é meu nome mesmo. Nilson tem muitos, é um nome comum.

    O senhor seguiu sempre nessa profissão, mas hoje passou o bastão e a marca se mantém firme, não é mesmo? A honestidade me acompanha para todo lado que andei. Eu faço negócios, e o que eu falar pode escrever, é documento. Então, a palavra tem que ter validade mesmo, não é? É o principal.

    Encerrando nossa conversa, deixo a palavra com o senhor. Graças a Deus minha família é muito unida. Só tenho a agradecer. Eu e minha mulher Adélia temos três filhas, Carla, Isabel e Patrícia. Quando me casei, não tinha dinheiro nem para comprar um rádio, mas não demorou muito e dei um de presente para minha esposa. Hoje eu estou com 76 anos.

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