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    Sexta, 24 Novembro 2023 21:49

    Nativa na região, a Macaúba é fonte inesgotável de riqueza

    Escrito por José Eugênio Rocha
    Nativa na região, a Macaúba é fonte inesgotável de riqueza Foto: Reprodução.

    Produtores de soja torcem o nariz quando o assunto é a Macaúba, e não é pra menos: pesquisas da Embrapa indicam que a espécie chega a produzir 6 mil litros de óleo por hectare ante 500 obtidos com a soja, que hoje responde por 70% da matéria prima usada na produção de biodiesel no país. Associada ao cultivo em sistemas integrados, a maior produtividade da palmeira permitiria até mesmo suprir as importações brasileiras do combustível fóssil - hoje ameaçadas por uma crise global de oferta.

    Nativa na região, a Macaúba pode se tornar um investimento lucrativo na produção de Biodiesel. Seu cultivo pode ser feito em larga escala, podendo ocupar, inclusive, regiões montanhosas.

    Em matéria publicada recentemente em seu Blog, a repórter Milena Borges resgatou entre outros aspectos, seu valor histórico como fonte para produção de sabão caseiro. Veja a reportagem:

     

    Macaúba tem potencial para usos múltiplos

    Macaúba pode gerar produtos de alto valor agregado. Embrapa estuda a espécie para uso na produção de biodiesel.

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    “A macaúba é uma palmeira da espécie Acrocomia aculeata, e tem grande potencial econômico para usos múltiplos, com possibilidade de aproveitamento de forma integral.

    A agricultora familiar, Maria Aparecida Alves da Silva, moradora antiga da região do Borrachudo, no município de São Gotardo, manteve essa tradição, aprendida com sua mãe – Floripes Conceição Alves – ainda pequena: “cresci vendo ela fazer”. Ela mesma ajudava a mãe a catar os cocos que, na região, começam a cair em novembro e dezembro, e observava, com atenção, como a mãe fazia.

    A fabricação do sabão é demorada e trabalhosa. O processo para a extração do óleo leva mais de um mês. Depois de colhidos, os cocos precisam ser deixados à sombra por mais de um mês “pra curtir”, explica Maria Aparecida. Depois desse tem-po a casca deve ser quebrada, e conta: “minha mãe usava aquela marreta, que batia os chumaço dos carro de boi mas eu, hoje, uso outra marreta qualquer”. Após a retirada das cascas é necessário socar os cocos, “em cocho de madeira ou em pilão fundo”, conforme orienta Maria Aparecida, para extrair a polpa que, em seguida, deve ser coada para depois ser apurada no tacho, em fogo baixo. Ela explica, ainda, que o óleo bóia na mis-tura no momento em que a massa levanta a fervura. Esse óleo vai sendo retirado com uma colher e depositado em um recipiente. E, finalmente, com uso do óleo extraído, é feito o sabão de coco.

    Maria Aparecida conta que as castanhas retiradas do coco também eram aproveitadas: “antigamente a gente vendia pra uma fábrica que comprava pra fazer o óleo de castanha, mas hoje não tem mais a fábrica”. Conta que a vizinha, ainda hoje, extrai óleo da castanha em casa. Segundo ela esse é um processo que leva muito tempo e é bastante trabalhoso.”

    Vantagens regionais da macaúba na Região do Alto Paranaíba

    A macaúba é uma espécie nativa da região do Alto Paranaíba, o que pode tornar a sua produção facilitada. É adap-tada ao solo e ao clima, nasce, cresce e produz frutos naturalmente e pragas não parecem ser problema para a espécie.

    Mas quem está em São Gotardo e região já sai na vantagem, quando o assunto é aproveitamento da macaúba para usos múltiplos da macaúba, não somente por ser uma cultura ainda preservada em algumas famílias, mas também pela adaptabilidade da espécie.

     

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