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    Quinta, 18 Novembro 2021 20:36

    São Gotardo não tem Anel Viário

    Escrito por José Eugênio Rocha
    No mapa acima, as linhas vermelhas traçam demandas represadas. A construção de avenidas nesses pontos é medida necessária e inevitável, e que já deveriam há muito tempo estar no radar das políticas públicas, como projetos de reestruturação da malha viária da cidade.  A proporção de um veículo para cada dois habitantes exerce enorme pressão na malha viária da cidade. Associa-se a esta frota excessiva, um outro complicador: a falta de rotas e corredores alternativos no entorno da cidade. Somados, esses dois cenários revelam, além de um déficit nos investimentos,  a consequente saturação do trânsito em São Gotardo. No mapa acima, as linhas vermelhas traçam demandas represadas. A construção de avenidas nesses pontos é medida necessária e inevitável, e que já deveriam há muito tempo estar no radar das políticas públicas, como projetos de reestruturação da malha viária da cidade. A proporção de um veículo para cada dois habitantes exerce enorme pressão na malha viária da cidade. Associa-se a esta frota excessiva, um outro complicador: a falta de rotas e corredores alternativos no entorno da cidade. Somados, esses dois cenários revelam, além de um déficit nos investimentos, a consequente saturação do trânsito em São Gotardo. Foto: Reprodução.

    A ausência de vias de acesso que circulem o perímetro urbano da cidade, nos moldes de uma avenida de contorno, permanece como o principal desafio para a administração pública no que se refere ao ordenamento do fluxo e trânsito de veículos. Além de interligar bairros distantes uns dos outros, como Sol Nascente e São Geraldo ao Boa Esperança ou Taquaril, por exemplo, a implantação e construção de um Anel rodoviário solucionaria uma infinidade de outros problemas.

    O primeiro deles é dor de cabeça permanente para motoristas e pedestres: a saturação do fluxo de veículos nas ruas da área central da cidade, um destino quase inevitável para quem trafega de um lugar a outro; tudo desemboca no centro. Trata-se de prognóstico que só tende a se agravar com o passar do tempo.

    Outro gargalo, consequência direta da ausência de um Anel rodoviário, não perde em complexidade e transtornos no que diz respeito ao deslocamento e mobilidade urbana: a inexistência de vias específicas que cumpram a função de interligar as entradas e saídas da cidade.

    A exemplo da área central, a saturação e congestionamento no fluxo de veículos, no caso, principalmente de caminhões e máquinas pesadas, atinge em cheio as avenidas Erotides Batista e avenida Brasil, com inúmeros impactos negativos. São vias estreitas, e também por isso, inadequadas para atender às necessidades de um modal rodoviário desse porte. Convém ressaltar que este trecho é originalmente extensão de uma rodovia estadual, a MG235 que interliga a estrada de acesso aos municípios de Matutina e Tiros ao trevo de São Gotardo rumo à BR354(Veja mais abaixo).

     

    Saturação da Avenida Erotides Batista, um beco sem saída?

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    Pela definição do dicionário Houaiss, “Avenida é uma via pública urbana ampla, mais larga do que a rua, ger. arborizada ou provida de outros guarnecimentos.” Portanto, é mais apropriado afirmar que a Erotides Batista é uma rua e não uma avenida. Essa compreensão nos ajuda a dimensionar melhor suas limitações a aquilo que se propõe: interligar dois municípios (Matutina e Tiros) ao trevo de São Gotardo, e à BR354, atribuindo-se o papel de uma rodovia estadual. Longe de dispor de uma estrutura viária para tal finalidade, a Erotides Batista convive ainda com intensa movimentação devido às dezenas de empresas ali instaladas. Não é área residencial e sim, comercial; e também por essa razão, ela deve corresponder às necessidades inerentes ao fluxo de veículos e pessoas advindas daí.

    Se essa sobrecarga de atribuições já ventilava sintomas de saturação, testando seus limites, a situação se agravou ainda mais a partir desse ano, com a instalação de uma indústria de processamento de insumo agrícola a cerca de 5km da cidade, ao lado da rodovia, sentido Matutina. Todo o material produzido é transportado em enormes carretas, a maioria delas, com dois eixos. Como São Gotardo não dispõe de um Anel viário conectando entradas e saídas da cidade, a única rota disponível para o escoamento dessa produção não oferece as mínimas condições para essa finalidade: Avenida Erotides Batista, praça Ciro Franco e avenida Brasil. Pra se ter uma ideia do tamanho do problema, calcula-se que mais de 100 carretas trafegam diariamente por esse trecho, criando uma infinidade de transtornos, como por exemplo a deterioração das vias, poeira e congestionamento do trajeto, além dos riscos para transeuntes. Na maioria das cidades é proibido o trânsito de veículos pesados, que não sejam em vias apropriadas para essa finalidade.

     

    Rodovia Capelinha do Abaeté e a relação custo/benefício

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    Quando se trata de investimentos em infraestrutura da malha viária do município, optou-se por canalizar somas consideráveis de recursos na área rural, mais especificamente na rodovia que liga São Gotardo ao distrito de Capelinha do Abaeté, listada como a principal obra nos 8 anos da gestão Sekita, em claro prejuízo na relação custo/benefício. Isso, se levarmos em conta as inúmeras obras que aguardam na cidade, onde a demanda é infinitamente maior. Nesta reportagem citamos algumas delas.

     

    Extensão da Avenida 30 de Setembro

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    Por longos anos na fila de espera, a tão guardada extensão da Avenida 30 de Setembro, a partir da rodoviária até a avenida Rio Branco ao lado Balneário, facilitaria o fluxo de veículos pesados como ônibus e caminhões, interligando o centro à saída da cidade

     

    Duplicação da MG235

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    Outra obra que aguarda na fila de espera é a Duplicação da MG235, que liga a cidade ao trevo da BR354. Perto de completar 50 anos de vida, este trecho já não comporta mais o intenso fluxo de veículos leves e pesados.

     

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