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    Terça, 27 Maio 2025 21:14

    Autismo ganha posição de destaque em Evento sobre Inclusão

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    Autismo ganha posição de destaque em Evento sobre Inclusão Foto: Reprodução.

    Além do TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o TEA – Transtorno de Espectro Autista - vem chamando a atenção com o aumento crescente de casos diagnosticados. De acordo com a secretária Municipal de Educação, Marilene Teodoro, cerca de 80 crianças hoje matriculadas apresentam algum sintoma de Autismo, um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento, manifestando-se de formas diversas e em diferentes graus.

    Promovido pela Secretaria Municipal de Educação, o evento aconteceu na quadra poliesportiva da Escola Cecília Meireles no dia 26 de abril. Dada a relevância do tema, marcaram presença o prefeito Makoto e seu vice, Lander Inácio, o presidente da Câmara, Fernando Albuquerque, parlamentares e secretários municipais.

    Coordenado pela Secretária municipal de Educação, Marilene Teodoro, vários especialistas no assunto foram convidados a falar. No auditório, centenas de profissionais, entre professores e profissionais que atuam nas escolas públicas municipais.

    Eles se reuniram para debater os avanços, os desafios e as melhores práticas para garantir uma educação de qualidade e equitativa para todos os alunos, independentemente de suas necessidades específicas.

    A inclusão, no contexto educacional, vai além da simples matrícula de estudantes com deficiência ou outras necessidades especiais em classes regulares. Trata-se de um processo que visa eliminar barreiras e promover a participação plena e o aprendizado de cada aluno, respeitando suas individualidades e garantindo o acesso ao currículo, aos recursos e ao apoio necessário para o seu desenvolvimento integral.

    As políticas públicas de inclusão abrangem uma variedade de necessidades educacionais especiais, incluindo deficiências físicas, intelectuais, sensoriais (auditiva e visual), transtornos globais do desenvolvimento (como o Transtorno do Espectro Autista - TEA), altas habilidades/superdotação e dificuldades de aprendizagem e comportamento.

    Um dos temas centrais do evento foi o crescente número de diagnósticos de Autismo entre crianças matriculadas nas escolas municipais. Dados recentes apontam para um aumento significativo na identificação do TEA, o que demanda uma atenção redobrada por parte das instituições de ensino. De acordo com a secretária Marilene, cerca de 80 crianças hoje matriculadas apresentam sintomas de Autismo, um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento, manifestando-se de formas diversas e em diferentes graus.

    Diante desse cenário, a adoção de métodos e tratamentos educacionais especializados torna-se crucial para o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos com Autismo. Estratégias como o Plano Educacional Individualizado (PEI), que considera as necessidades e os objetivos específicos de cada estudante, a utilização de recursos visuais, a implementação de rotinas estruturadas e a colaboração entre professores, terapeutas e famílias são algumas das abordagens que se mostram eficazes.

    O debate contínuo e a troca de experiências são passos fundamentais para a construção de escolas mais inclusivas e de uma sociedade mais justa e equitativa para todos.

    Entrevista

    Marilene Teodoro – Secretária Municipal de Educação

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    Em linhas gerais, fale sobre o propósito desse evento, dos seus objetivos principais. A inclusão começou em São Gotardo em 2010. Em 2013, nós pensamos em fazer o Seminário. E o objetivo é exatamente isso que o doutor Tiago falou, é capacitar as pessoas, porque o conhecimento liberta. Então quando eu tenho um impasse, como uma realidade nova, como uma criança que eu não sei como lidar, eu tenho que buscar conhecimento. E atualmente o grande desafio nosso é lidar com os portadores de Autismo, que não é uma dificuldade nossa, é do mundo inteiro, porque é uma novidade, é um diagnóstico novo.

    Este Seminário envolve ao mesmo tempo temas relacionados à Educação e Saúde. São áreas distintas, mas que interagem sob o mesmo tema, correto? Sim. Nós temos um primeiro momento, na parte da manhã, que está capacitando professoras; o segundo momento, na parte da tarde, é voltado para os profissionais da saúde, com uma linguagem mais técnica. E à noite, fechando o seminário, esta troca de experiências e conhecimento inclui os pais de famílias atípicas. Então nós queremos atingir todos os segmentos.

    O ambiente familiar é um elo fundamental neste processo. Como envolver os pais nesta discussão? Primeiro a família tem que aprender a lidar com essa criança, aceitar o diagnóstico, entender como lidar, porque ela depende dessa orientação, que é uma orientação diferenciada. É fundamental que essa família tenha essa orientação. Nós dependemos das Secretarias de Promoção social e da Saúde. Porque é onde esse pai busca o apoio, é medicina, onde ali tem um diagnóstico, onde são apresentadas as terapias. E a escola na parte educacional. Um professor, para que ele possa realmente desenvolver as habilidades dessa criança, ele precisa saber como fazer; e esse como fazer é o que aprendemos em eventos de capacitação como este seminário.

    As escolas de ensino fundamental, principalmente as Creches, são ambiente propício para a observação do comportamento das crianças. Esta capacitação de professores e diretoria para identificar sintomas de algum tipo de transtorno é recurso fundamental para realização de um diagnóstico precoce, correto? Como se dá este processo? Nós temos um departamento de inclusão dentro da Secretaria de educação, coordenado por uma psicopedagoga, uma especialista com mais de 10 anos de experiência. Quando a professora da Creche ou escola tem a suspeita, ela faz um relatório juntamente com o supervisor e esse relatório é encaminhado para o departamento de Inclusão. O psicopedagogo lê esse relatório e chama a família para conversar e discutir sobre a necessidade daquela criança passar pela avaliação de um médico.

    Se confirmado o diagnóstico pelo médico, qual o passo seguinte? Atualmente, a Secretaria de saúde disponibiliza um número de vagas específico para esse entendimento. Então ele é um atendimento rápido, ágil. O médico faz a avaliação e devolve para nós o relatório, se vier o diagnóstico positivo, que é sigiloso, é encaminhado para nossa Coordenadora das professoras de Apoio, juntamente com a especialista da sala de inclusão. Nós temos 10 salas de recursos multifuncionais que as crianças são atendidas igualmente, e essas profissionais são orientadas a como lidar com aquela criança e a professora regente.

    A secretaria, neste aspecto, assume uma posição delicada ao lidar diretamente com os pais ao informar o resultado do diagnóstico, sim? O que é o nosso grande desafio? O nosso grande desafio é fazer com que a família compareça ao dia da consulta, pois há uma dificuldade de aceitação e até mesmo de preconceito. Há uma orientação para que essa família leve a criança para terapias. Porque não basta só a escola.

    O acompanhamento individualizado a cada aluno com algum tipo de Transtorno através do chamado professor Apoio suscita inúmeras reflexões. Em tese, esta função exigiria um profissional qualificado e capacitado, o que demandaria um contingente enorme para atender a demanda. De outro lado, há dúvidas se esta exclusividade é a melhor solução. Qual o melhor caminho para lidar com alunos com necessidades especiais? A primeira pergunta é: por que Apoio? Não é falado mais Professor Apoio. É só apoio por quê? O que aconteceu no início da inclusão foi a experiência de 2 professores na sala de aula. O doutor Tiago, em sua palestra, falou que o filho dele teve o profissional apoio e quando ele foi para o primeiro ano, com 7 anos, ele perdeu esse profissional. Por quê? Porque ele ganhou autonomia. Então, qual é a função da inclusão? É dar para a essas crianças autonomia e condições para ela viver em sociedade. Como lidar? É o professor mesmo? Mas o ideal é que ela desenvolva de tal maneira que ela se torne independente, sim.

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