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    Segunda, 25 Agosto 2025 22:44

    Ó tempora!

    O mês que se encerrou foi, no mínimo conturbado.

    Começamos o mês de julho com a notícia que governo estadunidense decidiu impor uma taxa de 50% sobre as transações comerciais entre Brasil e Estados Unidos sob a alegação, incorreta, diga-se de passagem, de que haveria um superavit comercial a favor do Brasil contra os Estados Unidos.

    Incorreta pelo fato de que, na verdade, existe um déficit do Brasil nas relações comerciais entre os dois países, o que significa que o Brasil compra uma quantidade maior de mercadorias dos Estados Unidos do que é capaz de vender para o povo americano. E, considerando o que vendemos e o que compramos, vendemos uma quantidade maior de produtos primários e compramos uma quantidade relativamente pequena de produtos industrializados, gerando um desequilíbrio na Balança Comercial em favor dos Estados Unidos.

    Foi colocado na imprensa, em função de uma carta enviada pelo presidente americano que a imposição desta tarifa passa pela extinção do processo no Supremo Tribunal Federal das ações contra o ex-presidente pela tentativa de golpe de Estado.

    Existem várias nuances em todo este imbróglio.

    Como podemos descartar a questão do superávit brasileiro contra o Estados Unidos, resta pensar a questão da anistia que está sendo exigida pelos Estados Unidos, o que não me parece ser o foco principal da questão, e pensar a questão colocada pelo fortalecimento dos BRICS e o esforço de substituir a moeda americana, o dólar, como moeda de troca internacional por transações comercias entre países do BRICS realizadas por moedas destes mesmos países.

    Estamos vivendo, na verdade, um período interessante, no qual podemos perceber que um império vem perdendo força e luta desesperadamente para se manter vivo e para não perder o principal instrumento de poder que é a moeda. Perdendo este instrumento restará outro, mais perigoso, que são as armas o que permite a vários analistas afirmarem que no fim de tudo, haverá guerra.

    É o que a história nos mostra!

    O fato é que julho foi um mês, como dizem os mais jovens, “punk”!

    Todo um discurso nacionalista foi acionado. O governo federal passou a verificar números favoráveis e crescentes nas pesquisas de opinião pública. A oposição, meio desnorteada, começou a defender de forma atabalhoada a imposição das tarifas para depois perceber o caminho sem volta que estava trilhando.

    De tudo um pouco. Muito se diz que vivemos em uma ditadura o que, é fato, não é verdade. Vivemos em uma democracia liberal, com eleições livres, alternância de poder, partidos políticos atuantes e liberdade de expressão. Mas, em uma disputa eleitoral que já começou, vale tudo. O que nos resta fazer é separar o joio do trigo.

    Sob uma alegação de perseguição política, a carta do presidente dos Estados Unidos mostra claramente uma ação meio que desesperada de manutenção de um status quo, tipo vamos mudar tudo para tudo continuar como era.

    A soberania de um país passa pela sua moeda e nisto resume todas as medidas adotadas pelo presidente Trump desde que assumir o governo no início deste ano. Medidas contra a China, Europa, países da América do Sul, Ásia, ou seja, tiros dados para todos os lados. Um ambiente de terror implantando entre migrantes de todo o mundo que buscam melhores sorte no território norte-americano.

    E em algum momento chegaria a nós, Brasil, país considerando de extrema importância na América do Sul. E chegou. Que sejam pelas justificativas políticas, pelas bravatas de indivíduos que de lá apregoam serem responsáveis pelas medidas contra o Brasil, o fato é que por trás de tudo estão ações e fortalecimento dos BRICS.

    A América do Sul já não é mais o quintal do tamanho que era no passado. Mesmo que seja ainda um quintal, agora é um pouco menor e que irá diminuir ainda mais ao abandonar o dólar como unidade de conta internacional.
    Isto acontecerá de fato? Sim, acontecerá. Difícil é precisar quando, mas por isso é bom estudar um pouco de história.

    Estamos, isto sim, vivendo tempos interessantes.

     

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