Mais um ano. Novo? Tem momentos que parece que não.
Bom, no calendário talvez sim. Talvez também naquelas inúmeras resoluções que tomamos em toda passagem de ano e que raramente cumprimos todas.
Todo ano começa cheio de esperanças. Dessa vez será melhor. Não tem como piorar, etc, etc, etc.
O ano que passou não foi ruim. A economia vai bem. O PIB vem apresentando crescimento apesar das taxas de juros que foram mantidas elevada por um Banco Central pretensamente independente. Desemprego menor, vendas e consumo maiores, afinal, os comerciantes não tiveram do que se queixarem das vendas de natal.
No final do ano um novo presidente do Banco Central tomou posse levando consigo maiores esperanças que a taxa de juros venha a cair ao longo de 2025.
Enfim, em termos de atividade econômica o Brasil vem anunciando boas notícias, mesmo que os preços continuem elevados.
Agora, o ano que era para ser novo começou de fato continuando a ser velho!
Nos dias iniciais de janeiro perdemos um tempo e uma energia enormes discutindo e rediscutindo e discutindo mais uma vez, e mais uma e mais uma vez... sobre uma enorme confusão criada pelas notícias falsas, ou fake, se quisermos andar na moda, que dizia respeito aos esforços do governo federal em taxar o sistema de transferência eletrônica, o famigerado PIX, noticia essa que era falsa.
Não havia nenhuma tentativa de taxar o PIX. Havia sim um esforço da Receita Federal para aumentar o controle e a fiscalização sobre a sonegação e exatamente os maiores sonegadores alimentaram a divulgação espantosamente rápida dessa fake news sobre a taxação do PIX.
E é por isso que o ano novo começou velho!
É impressionante a capacidade das pessoas em acreditarem piamente em notícias falsas divulgadas em redes sociais. Muitos dizem que os brasileiros precisam ser estudados e eu me arrisco a dizer que precisa ser estudado sim. Não em relação à criatividade em produzir gambiarras e sim pela credulidade ou mesmo ingenuidade ao ouvir uma fake news e entende-la como uma verdade absoluta.
Temos vários exemplos absurdos disso. Ovos de plástico produzidos na China, a cidade de Ratanabá, o Papa liberando churrasco na sexta da paixão e por aí vai. Ficaria até amanhã se fosse listar todas.
O mais impressionante não é a velocidade que temos para criar uma mentira e sim a facilidade que temos em acreditar nela.
E foi isso que aconteceu com a polêmica da taxação do PIX. Não havia e não houve e nem haverá taxação, mas não adiantou as inúmeras falas das autoridades do país. O presidente da república, o ministro da fazenda, vários outros ministros, políticos, todos vieram à luz para desmentir a notícia. Foi um esforço inútil e um forte desgaste para o governo.
Todos preferiram acreditar na mensagem enviada no WhatsApp pela tia da mãe do cunhado do sogro de uma prima qualquer que mora em São Sebastião do Rio Sem Peixe. Ai sim, a credibilidade era absoluta.
Isso é o que nos espera em 2025 já que em 2026 teremos novas eleições majoritárias. A campanha política começou e as expectativas são as piores possível.
E sendo assim, um bom ano novo velho para todos nós!