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    Quarta, 26 Outubro 2022 22:52

    A vida é um ato político.

    Escrito por Leonardo Camisassa

    Quando essas linhas vierem a público já saberemos os resultados do processo eleitoral que se desenrola no Brasil. Saberemos quem serão nossos próximos representantes na câmara federal, estadual e no Senado.

    Saberemos também quais foram os governadores eleitos, em alguns Estados talvez já no primeiro turno. Em outros, poderemos ter um segundo turno.

    Saberemos também o que aconteceu com a eleição para Presidente da República, o cargo que provoca mais interesse de todos. Por questões óbvias.

    Mas, mais importante do que sabermos quem foi eleito e quem não foi, é que todos nós entendamos a importância desse ato que muitos acham, infelizmente, que não tem nenhuma importância. Afinal, quem já não escutou alguém dizer, com o peito inflado de orgulho, que detesta política, que não gosta de política, que político é tudo igual.

    Esse é o grande erro do brasileiro!

    Afinal, não adianta reclamar que não gosta de política, que não gosta de político, que o dia das eleições é visto como um momento para viajar. Reclamar que político é tudo igual, que todos roubam, que são todos ladrões se tornam palavras ao vento sem que nada façamos para mudar nossa percepção da realidade.

    Não adianta reclamar por um motivo muito simples e que muitos não entendem ou não querem entender. Uma pessoa se torna um representante não por vontade divina ou vontade demoníaca. Uma pessoa se torna um representante do povo através do VOTO e esse voto é dado por todos nós, inclusive por aqueles que dizem, orgulhosos, que detestam política e por isso votam de forma inconsequente.

    Se não queremos um político corrupto que façamos nossas escolhas com coerência. Com justiça e não por interesses espúrios. Não baseado em fofocas recebidas em redes sociais e sim pela compreensão das propostas de cada um.

    Na escolha que devemos fazer temos que pensar em quais são nossos principais problemas e como eles foram causados ou ampliados. Desemprego! Fome! Violência! Corrupção! Pobreza! São muitos, infelizmente.

    Quais são as propostas colocadas na mesa? É fato que o desemprego aumentou nos últimos 3 anos. É fato que nos últimos 3 anos, 33 milhões de pessoas vão dormir todas as noites sem saber o que vão comer no dia seguinte. A violência é cada vez maior e pessoas, agora armadas, agridem e matam por questões mínimas. Se é que existe uma questão que justifica a morte de outra pessoa!

    É fato que a atual política econômica fracassou completamente. Uma enorme e brutal concentração de renda, salários cada vez menores, desemprego, fome, inflação. E aqui cabe uma pergunta. Por quê insistir em medidas que comprovadamente se mostraram e se mostram falhas?

    Como mudar isso? Ora, muitos dirão que esse não é um problema deles. Que o que precisam fazer e continuar a trabalhar e pagar seus boletos. E enfiam a cabeça na terra como dizem que os avestruzes fazem.

    E é exatamente por enfiarem a cabeça nesse buraco que é esse mundo isolado da realidade que os descalabros políticos acontecem. Afinal, se sou político e ninguém se preocupa com o que faço, a corrupção se torna uma isca tentadoramente fácil. E de corrupção não estou dizendo que é ato exclusivo da classe política. Se existe um corrupto existe um corruptor e esse geralmente vem da iniciativa privada buscando, espertamente, garantir seus interesses privados.

    Se continuarmos com a cabeça enfiada em um buraco, adiantará alguma coisa gritar aos quatro ventos que odeia política? Gritar a esses quatro ventos que se recusam a escutar é um ato político. Não fazer nada também é um ato político. Depois não adianta reclamar pois a Inês já faleceu.

    Não saímos de casa sem agir politicamente. Não trabalhamos sem agir politicamente. Não vivemos, não namoramos, não nos divertimos sem agir politicamente.

    Sentar na porta de casa para falar mal dos vizinhos é um ato político.

    Política é isso. Viver em comunidade é um ato político.

    Não há como evitar.

     

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